Popular série multiplayer retornará em 2015, agora sob comando do estúdio de "Battlefield"
“Star Wars: Battlefront” marca o início de uma nova era para a icônica franquia de ficção científica nos games. Após a aquisição da marca pela Disney e a dissolução da LucasArts, os jogos da série passarão a ser produzidos pela Electronic Arts - pelo menos pela próxima década.
Para iniciar esta nova fase, a EA deu ao estúdio DICE, de “Battlefield”, a missão de ressuscitar a série “Battlefront”, que marcou época na década de 2000 sob comando do Pandemic Studios - ironicamente dissolvido pela própria publisher, anos depois.
Trazendo personagens e locais da série original, o novo “Star Wars: Battlefront” promete uma mistura de multiplayer nos moldes da série “Battlefield” com a nostalgia de uma galáxia muito distante.
Campo de Batalha nas estrelas
"Imagine pegar bonequinhos de seus personagens favoritos de 'Guerra nas Estrelas' e criar as batalhas mais malucas e improváveis".
Foi assim que o diretor criativo Niklas Fegraeus explicou ao mostrar “Star Wars: Battlefront” a UOL Jogos em uma apresentação a portas fechadas, em abril. Desde seu anúncio, na E3 2013, a DICE sempre procurou mostrar reverência ao material-fonte de seu novo jogo, o que se reflete em toda sua estética.
Utilizando como base os modelos, figurinos e efeitos sonoros dos próprios filmes, a DICE procurou reconstruir os personagens e cenários da série com a fidelidade audiovisual conhecida do estúdio.
Isso pode ser visto em primeira mão ao dar uma olhada em qualquer imagem ou do jogo, que recria em mínimos detalhes a estética de elementos como armaduras imperiais, roupas dos rebeldes, e diferentes elementos dos cenários nos 12 mapas iniciais baseados em planetas como Hoth e Tatooine.
Além de sua excelência visual, a DICE quer dar seu toque próprio às mecânicas do game. O estúdio, porém, não quer que ele seja apenas um “Battlefield” com filtro de “Star Wars”.
“Queríamos que tivesse um coração e alma próprios”, disse o gerente geral da produtora, Patrick Bach, em entrevista com o jornal The Guardian, “Sabemos que o público central de um jogo como este é diferente do público de ‘Battlefield”. Há pontos de encontro, mas fãs de ‘Star Wars’ esperam um jogo de ‘Star Wars’, e não ‘Battlefield’”.
Assim, a jogabilidade é significativamente mais simplificada em relação à série de FPS da DICE. O recuo das armas é bem menor, e não é necessário recarregá-las, já que a produtora preferiu uma mecânica de “sobrecarga” ao disparar muitas vezes.
Além disso, assim como em jogos anteriores da série, será possível mudar de perspectiva da primeira para terceira pessoa.
O que “Star Wars: Battlefront” promete em relação ao estilo de “Battlefield” são batalhas massivas, com vários jogadores se enfrentando ao mesmo tempo. O game não atingirá o limite de 64 jogadores, mas permitirá até 20 usuários de cada lado do conflito.
Heróis da Galáxia
Apesar de ser uma nova era e com uma nova equipe de desenvolvimento, o novo “Battlefront” ainda utiliza os principais conceitos de seus predecessores, especialmente em relação às unidades “heróicas” de cada facção.
Como em “Battlefront II”, o jogador poderá controlar figuras icônicas da saga “Star Wars”, incluindo Luke Skywalker, Darth Vader e Boba Fett. Estes personagens são significativamente mais poderosos do que soldados comuns, e cada um vez com suas próprias habilidades especiais.
Para acessar estes personagens, jogadores poderão utilizar um power-up que surgirá em determinado ponto da partida, e apenas um usuário poderá controlar um destes heróis por vez.
“Há variações dependendo do modo de jogo e coisas assim”, disse Fegraeus à revista OXM. “Mas você pode pegá-los via um sistema de power-ups… quando você encontrar o power-up de herói, é aí que você pode fazer sua escolha”.
De acordo com os desenvolvedores, porém, é preciso tomar cuidado para não superestimar os poderes destas unidades heroicas. Caso o jogador controlando este personagem mais poderoso morra, por exemplo, ele voltará a ser um dos soldados normais do jogo
“Cabe a nós encontrar o equilíbrio certo. [Eles] precisam ser super-poderosos, mas não invencíveis”, disse Bach. “Este é o Santo Graal de criar jogos divertidos - como você encontra o equilíbrio de tudo”.
Além de heróis, os power-ups encontrados pelos mapas trarão diferentes benefícios ao jogador durante a partida, incluindo a possibilidade de controlar veículos da série, como a X-Wing, o TIE Fighter ou o AT-ST.
Dose dupla
Ao contrário de seu predecessor, o “Battlefront” da DICE não trará uma campanha singleplayer, preferindo dar atenção maior aos elementos multiplayer do jogo.
Ainda assim, o estúdio criou uma experiência diferente para quem não gostar de lutar contra outros jogadores online: O modo “Missions”, que permite até dois jogadores completarem uma fase nos moldes do modo “Horda” de “Gears of War”.
A dupla deverá sobreviver a 15 ondas de inimigos cada vez mais perigosos e com diferentes habilidades, passando de meros Stormtroopers, por exemplo, até os resistentes AT-STs. Há poucas vidas em cada missão, que são compartilhadas entre os dois jogadores, então é importante saber quando deve-se usá-la ou quando é preciso confiar no parceiro para derrotar as ameaças restantes.
Os produtores prometeram missões diferentes em todos os mapas de “Star Wars: Battlefront”, assim como variações neste modelo, com diferentes desafios e objetivos durante a partida.
Em “Missions”, os jogadores poderão completar as partidas via conexão online ou, no caso dos consoles, em multiplayer local com tela dividida.
Além deste modo cooperativo, a formação de duplas também ganha relevância no multiplayer competitivo por meio do “Partner System”, em que a progressão dos personagens é dividida entre dois usuários.
Caso um dos membros da dupla pare de jogar o jogo por algum tempo, por exemplo, o outro jogador ainda poderá avançar e conquistar novas armas e equipamentos no jogo, que poderão ser compartilhados entre os dois.
A ideia por traz deste sistema é ajudar pessoas que fiquem longe do título a não desistir por ter um equipamento fraco em relação a jogadores mais dedicados, colocando-os em clara desvantagem.
Passos para o futuro
“Star Wars: Battlefront” representa apenas o primeiro passo na parceria entre a EA e a Disney, que já tem outro projeto em desenvolvimento - no caso, uma aventura desenvolvida pelo estúdio Visceral Games, de “Dead Space” e liderado pela antiga diretora criativa e roteirista da série “Uncharted”, Amy Hennig.
Esta nova fase também mostra que a série está dedicada a agradar o mercado brasileiro, já que “Battlefront” chegará ao país totalmente em português.
“Star Wars: Battlefront” será lançado em 17 de novembro no PC, PS4 e Xbox One.
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